Como um poema
 Um suspirar
 Um raio de respiração
 Um som
 Uma salvação
 Ah! Um olhar...
 E lá vêm pensamentos...
 Um recostar-se, uma leveza
 Ansiedade de andar pelas ruas
 Ruas perfumadas
 Velho pulsar  
 Andar uma coisa à toa do chão
 O chão sumindo e surgindo
 O anjo sonho
 Anjo mão
 Anjo braços 
 Anjo suspenso
 E o tempo
 O tempo é 
 Tempo são reticências
 Teus olhos repletos de reticências
 Teu corpo recostado
 Meio que de abandono 
 Meio que de não saber o que fazer
 Tua lembrança da minha lembrança
 Ah! Mas o mais
 Teu ar de não saber o que
 Estrelas
 Sempre estrelas
 Eu a tê-las
 Lá, lá
 Lá no céu
 E minhas
 Maravilhosamente minhas
 Estrelas olháveis
 E a cor das mãos
 É sabor uva
 Uva
 Sede de saciar a sede 
 Que pode haver além desta delícia
 Dizer coisas sem sentido
 Coisas à toa
 Gosto de abandono sabor uva
 Uva, céu, estrelas
 Saborosa confusão
 Desconexas, incompletas, inexistentes
 Inventar palavras e verbos obscenos
 Saborosa confusão**