uma mulher da mesma cor da noite

Uma mulher ontem

coberta pela noite

negricias nos olhares

sobejos nos desejos

cobriu-me de magia

Se não fosse teus olhos

intensos

apontando-me o coração da áfrica

caminhariam meus dedos nus

em terras quentes que é teu corpo

Entre ancas opulentas

aglutino meus sonhos

entranho em teu ninho

me negriciando em tua melanina

Então salvo

dos sossegos pesadelos alvos

renasceria ensolarado

na crespitude de tuas madeixas.

Uma mulher, da mesma cor da noite

Ontem

tocou minha face e o suor de tuas palmas

e os bicos de teus seios e o contorno de teus lábios

todo um arco-íris somando todas as cores

invadindo o céu branco

invadindo minha alma em tranca

Eu! Tomado no anseio

quis pá dentro do corpo

os tambores de teu peito

tatua no céu da boca brasas em delírios

E noturnas estrelas cadentes

que habitam tua pele noite

invadem minhas visões soturnas

dando sentido, ginga aos meus passos

Eu! suado, protegido, amado

por essa mulher preta

que traz nos olhos

serenos das madrugadas

não a opressão que me ache

quando me caça nas roubadas do dia

Abro fuga dessas tardes

depois de entediado dessas manhãs

para então em liberdade

desvairado.

entregar-me feito criança

aos afagos de mulher

que traz na pele

a mesma cor da noite

akins kinte
Enviado por akins kinte em 21/01/2008
Código do texto: T827328