uma mulher da mesma cor da noite
Uma mulher ontem
coberta pela noite
negricias nos olhares
sobejos nos desejos
cobriu-me de magia
Se não fosse teus olhos
intensos
apontando-me o coração da áfrica
caminhariam meus dedos nus
em terras quentes que é teu corpo
Entre ancas opulentas
aglutino meus sonhos
entranho em teu ninho
me negriciando em tua melanina
Então salvo
dos sossegos pesadelos alvos
renasceria ensolarado
na crespitude de tuas madeixas.
Uma mulher, da mesma cor da noite
Ontem
tocou minha face e o suor de tuas palmas
e os bicos de teus seios e o contorno de teus lábios
todo um arco-íris somando todas as cores
invadindo o céu branco
invadindo minha alma em tranca
Eu! Tomado no anseio
quis pá dentro do corpo
os tambores de teu peito
tatua no céu da boca brasas em delírios
E noturnas estrelas cadentes
que habitam tua pele noite
invadem minhas visões soturnas
dando sentido, ginga aos meus passos
Eu! suado, protegido, amado
por essa mulher preta
que traz nos olhos
serenos das madrugadas
não a opressão que me ache
quando me caça nas roubadas do dia
Abro fuga dessas tardes
depois de entediado dessas manhãs
para então em liberdade
desvairado.
entregar-me feito criança
aos afagos de mulher
que traz na pele
a mesma cor da noite