A Maré
Costumo afogar com certeza
Num redemoinho de beleza
Conduzido na tua sublime natureza
Em linhas de formidável correnteza
Danço num repuxo infinito
Atraído pelo norte mais bonito
Encontro em ti abrigo bendito
Ser de Sol, estrela do sentido
Ancorada entre constelações
Nadando em dois corações
Declamo à deriva em plenos pulmões:
Às nascentes de ternura, minhas saudações
Guiada em tua pura maresia
Navego em boa companhia
Em ondas de nua poesia
Digiro tua doce caloresia
Um tsunami amansado me conduz
Submersa, banhada em luz
Em ti um divino amanhã reluz
A terra firme já não seduz
Entregue ao balançar
Do amor, teu mar
Só você para ensinar
A sorte de afundar