A Maré

Costumo afogar com certeza

Num redemoinho de beleza

Conduzido na tua sublime natureza

Em linhas de formidável correnteza

Danço num repuxo infinito

Atraído pelo norte mais bonito

Encontro em ti abrigo bendito

Ser de Sol, estrela do sentido

Ancorada entre constelações

Nadando em dois corações

Declamo à deriva em plenos pulmões:

Às nascentes de ternura, minhas saudações

Guiada em tua pura maresia

Navego em boa companhia

Em ondas de nua poesia

Digiro tua doce caloresia

Um tsunami amansado me conduz

Submersa, banhada em luz

Em ti um divino amanhã reluz

A terra firme já não seduz

Entregue ao balançar

Do amor, teu mar

Só você para ensinar

A sorte de afundar

Kari Barthô
Enviado por Kari Barthô em 26/02/2025
Código do texto: T8273067
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