AMOR CRISTALIZADO

Amor cristalizado

Consumado até o osso

Queimado em óleo fino

Secado em sal grosso

De puro gosto alcalino

Esmaga-me um colosso

Abre-se um céu azulino

Declaro-me em calabouço

Teu nome soa-me um hino

Recito-o como um pai-nosso

Minha fome é de menino

Você o abundante almoço

Ruídos de boca-de-sino

Peitoral em alvoroço

Um traçado bailarino

Nas linhas do seu esboço

Gosto de café capuccino

Ardo em febre-do-caroço

Desejos de amor clandestino

Fantasiado de bom-moço

É meu o seu destino

Seja num fundo poço

Arrasto-me como felino

Junto as sobras do destroço

Um bem querer grã-fino

Arrepios atrás do pescoço

O que sinto é divino

Coração puro, te ouço!

Gê Muniz
Enviado por Gê Muniz em 21/01/2008
Reeditado em 05/02/2008
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