Eterna chama do amor
Na calma noite, onde o vento murmura,
Teu nome ecoa em doce melodia,
És luz que brilha na sombra escura,
Sol de minha aurora, estrela do dia.
Teu riso é fonte que em sonho flui,
Riacho manso, canção serena,
Que em meu peito, febril, dilui
Toda a dor que a vida envena.
Teu olhar, jardim de lume e brisa,
Desperta em mim devota prece,
E cada palavra que tua boca pisa
É verso eterno que em mim floresce.
Oh, doce amada, musa e lume,
Na vastidão do meu sentir,
Se há nos céus divino cume,
É em teus braços que hei de ir.
Teu toque é chama, brasa ardente,
Que inflama a alma, que queima o medo,
E ao menor roçar de tua quente
Mão, meu ser se torna enredo.
Se o tempo ousasse roubar-te um dia,
Fosse o mundo deserto e frio,
Ainda assim, na sombra vazia,
Serias chama em meu peito vazio.
Que venha o vento, que o tempo corra,
Que a terra afunde, que o céu desabe,
Mas nunca este amor se dobra ou morra,
Pois mesmo em cinzas, em mim te sabe.
E se um dia o fim vier sorrateiro,
E a vida apagar meu último ardor,
Teu nome há de ser eternizado
No sagrado templo do meu amor.