Encontro da natureza

O que queres de mim?

Será que é possível querer algo de alguém como eu?

Um tímido desvairado, sem modéstias, nem falésias.

Apenas um desencontro entre o Pacífico e o Atlântico.

O que sou? Quem tu és?

Nada sou além daquilo que nada sei dizer.

És como um rio estuário,

e eu não passo de um simples canal

que deságua próximo ao teu mar.

És a construção perfeita das planícies,

e eu o arredondar das pradarias,

que distorce quem és, mesmo sem saber por quê.

Porque, sem saber o porquê,

apenas sou o que tu achas de mim.

Tu és a mitigação dos deslizes, e eu... eu sou o deslize,

apenas esperando que você me conserte;

mesmo com medo dos seus reparos,

existe uma ânsia tão grande quanto

um oceano em total despreparo.