O amor que nunca se apaga
O amor não se mede, nem se vê, nem se toca,
É segredo guardado na palma do vento,
É sussurro no silêncio da alma inquieta,
É infinito que nasce do efêmero momento.
Não se encontra em palavras ditas ao acaso,
Nem em gestos de pura ilusão,
Ele mora nas sombras da vida que passa,
E brilha nas margens do próprio coração.
O amor é mais que um abraço apertado,
É chama que arde sem se consumir,
É abrigo que acolhe o ser mais errante,
É o rio que nunca pára de fluir.
Ele surge como uma rosa sem espinhos,
Cresce nas raízes de dores e saudades,
É a luz que persiste mesmo no escuro,
É a cura que embeleza nossas fragilidades.
Quando o corpo se desfaz em pó e silêncio,
Quando o tempo não conhece o seu fim,
O amor é a eternidade que não se rende,
É a música que toca no âmago do sim.
No beijo roubado sob a lua cheia,
Na palavra não dita, mas sentida em gritos,
O amor se esconde nas pequenas maravilhas,
Nos olhares que falam e nos toques infinitos.
E quando a vida, com sua dor, se despede,
Quando a noite já não tem mais o que oferecer,
O amor será o último a nos abraçar,
E nos seus braços, finalmente, vamos renascer.
O amor, que transcende tempo e espaço,
Que ressurge onde tudo parece findar,
É o elo eterno, o único capaz
De fazer a alma tocar o céu ao amar.
Quando o sol se põe e o mundo silencia,
O amor permanecerá no segredo do vento,
Inquebrantável, imperecível, eterno,
Seremos seus filhos no grande firmamento.