O amor que nunca se apaga

O amor não se mede, nem se vê, nem se toca,

É segredo guardado na palma do vento,

É sussurro no silêncio da alma inquieta,

É infinito que nasce do efêmero momento.

Não se encontra em palavras ditas ao acaso,

Nem em gestos de pura ilusão,

Ele mora nas sombras da vida que passa,

E brilha nas margens do próprio coração.

O amor é mais que um abraço apertado,

É chama que arde sem se consumir,

É abrigo que acolhe o ser mais errante,

É o rio que nunca pára de fluir.

Ele surge como uma rosa sem espinhos,

Cresce nas raízes de dores e saudades,

É a luz que persiste mesmo no escuro,

É a cura que embeleza nossas fragilidades.

Quando o corpo se desfaz em pó e silêncio,

Quando o tempo não conhece o seu fim,

O amor é a eternidade que não se rende,

É a música que toca no âmago do sim.

No beijo roubado sob a lua cheia,

Na palavra não dita, mas sentida em gritos,

O amor se esconde nas pequenas maravilhas,

Nos olhares que falam e nos toques infinitos.

E quando a vida, com sua dor, se despede,

Quando a noite já não tem mais o que oferecer,

O amor será o último a nos abraçar,

E nos seus braços, finalmente, vamos renascer.

O amor, que transcende tempo e espaço,

Que ressurge onde tudo parece findar,

É o elo eterno, o único capaz

De fazer a alma tocar o céu ao amar.

Quando o sol se põe e o mundo silencia,

O amor permanecerá no segredo do vento,

Inquebrantável, imperecível, eterno,

Seremos seus filhos no grande firmamento.

Gustavo Salesse
Enviado por Gustavo Salesse em 09/02/2025
Código do texto: T8260827
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