Um Grande Amor
As horas passam devagar
A noite chega fria e sombria
A cidade emudece na madrugada fria
O inverno fino salpica as calçadas
Por ando silenciosamente
Rumo a uma determinada rua
Na esperança de ver aparecer
Por uma velha porta de madeira
Você, meu grande amor em direção
Ao lugar onde tantas vezes nos encontramos!
As horas passam...A chuva engrossa
O vento leve tenta assanhar os meus cabelos
Molhados, que amaranhados, cobrem os meus olhos
Úmidos de lágrimas e chuva
É tarde e você não vem
E o vulto negro, sinistro, encharcado
E estático, parado na esquina da rua número um
Sou eu, disfarçada, apaixonada
Fiel a esse amor antigo, em pleno século XXI
Século onde os amores são mais efêmeros
Sem medidas,voluptuosos, muito eróticos
Com pouco romantismo e fantasia
O frio começa a gelar o meu corpo inteiro
Sinto medo, decido voltar
De repente um hálito morno me surpreende
Na nuca e uma voz murmura
Estou aqui... E ali no meio da rua
No frio, na chuva, nos beijamos
E seguimos para o nosso recanto, atrás
Da velha igreja, onde os santos, em todos esses
Anos testemunham os nossos encontros sorrateiros
Uma voz murmura... AMO VOCÊ