LABAREDAS E CINZAS
Lembro, saudoso,
Do tudo que vivemos e dividimos,
Ou que multiplicamos e usufruímos.
Lembro dos olhares fascinados que trocamos,
Depois, das conversas sedutoras, repletas de encantos,
Dos abraços primeiros, munidos de reciprocidade envolvente.
Os beijos fortes, com gosto de paixão e arrebatamento,
Das primeiras noites cálidas, das manhãs adocicadas,
Dos passeios, as mãos dadas e as mudas promessas de eternidade.
Lembro dos dias, as semanas e os meses se seguindo,
Da rotina tomando espaço e exigindo obrigações.
Das divergências se apresentando,
Até superando as noites entrelaçados.
Melhor continuar só rememorando os olhares iniciais,
O cheiro do teu corpo que ainda me embebeda.
As chamas se apagando,
Prefiro deixar por contas das cinzas que sobraram,
E que cobrem, escondem, as frestas do desamor.