E ela cantava na madrugada
E ela cantava
Enquanto eu me perdia
E ela se achava
Naquela
Tão peculiar
Madrugada
E ela cantava
Para Si
Para as Estrelas
Para mim
No fundo do quarto
Que era o nosso universo
Naquela noite
Que era uma mistura
De tudo
E de nada
Ela cantava
Não era bem um canto
Ela falava
Mas com uma voz tão musical
Que transformava em canções
Os versos que lhe escrevi
Ali mesmo
Encantado
Por ela
E pela nossa madrugada
Ela cantava
Sem saber se existiriam mais versos
Para fazer dela
A musa
Com quem tanto sonhava
E até mesmo eu desconhecia
Se os versos eram únicos
Ou se existiriam outras madrugadas
Para fazer dela uma cantora
E de mim alguém quem alimentava
A sua sede
De declamar
Que sem os dois
Faria daquela noite um vazio perdido no tempo
Faria do nosso Universo
Um absoluto nada
Ela cantava