O que foi feito do homem que um dia me encantou?
Certamente, não existia...
Foi uma idéia de tudo o que cegamente desejei.
Sempre lhe estendi a mão.
Ingênua, acreditava no amor incondicional,
E lhe reservei tudo o que havia de melhor em mim.
Nunca consegui perceber seu egoísmo,
Sua covardia, inconseqüência...
Cega de amor,
Entreguei-lhe o que possuía de mais puro e nobre.
O seu amor nunca fora o suficiente,
Mas, vivia das migalhas que me oferecias,
Enquanto, nas vezes em que aparecias,
Oferecia-lhe um banquete...
Você nunca foi e, certamente,
Nunca serás para mim da forma que te percebia.
A cegueira, causada pelo amor que lhe devotava,
Ofuscou-me a realidade.
O seu sorriso provocou transtornos,
Não me permitiu percebê-lo exatamente como eras.
Suas palavras eram de amor...
Confundiram minha capacidade de raciocínio,
Dominaram minha sensatez.
Seus carinhos, intensos e repletos de desejo,
Não me permitiram enxergar o óbvio...
Não era a mim que você queria...
Não a mulher que sempre fui,
Mas, a segurança de se sentir amado,
Por alguém que você admirava,
Na verdade, nunca soube amar...
Deixei-me levar pelo pouco que me oferecias e,
Hoje, percebo que o tempo não me deixou esquecer,
No entanto, me permitiu entender equívocos que cometi,
Quando um dia me entreguei a você.