JANELAS DO TEMPO

me perco em ti querida!

me perco nos anos que não partilhamos

me perco nos soluços que cometemos

me perco nas lembranças que não tivemos.

me perco em ti querida!

me perco nos lamentos que sussurramos

me perco nos interlúdios que não vivemos

me perco nos tantos mimos que não tivemos.

me perco em ti querida!

não bastaram os anos que não te vivi

não bastaram os soluços que não contive

não bastaram os momentos de minha ausência.

me perco em ti querida!

não me basta saber que não te vivi

não me basta saber dos soluços que não contive

não me basta saber dos momentos de ausência.

me perco em ti querida!

não me basta o mesmo lastro de sentimento

não me basta o mesmo entusiasmo de sofreguidão

não me basta o mesmo intuito de incompreensão.

me perco em ti querida!

não me basta que o tempo tenha sido implacável

não me basta que os anos nos trouxesse fugas

não me basta um toque de mãos apenas.

me perco em ti querida!

é preciso que se baste o tempo em sua inconsistência

é preciso que se bastem os anos e que não passem mais

é preciso que se baste o alheio de nos dizer quem somos.

me perco em ti querida!

Isso só não me basta

é preciso que eu me baste em ti

é preciso que te bastes em mim.

me perco em ti querida!

que me venhas novamente

que me venhas sorridente

que me venhas eternamente!

Texto escrito por Wagner M. Martins em 08/01/ 2008.