OLÊNCIA (Lírios Brancos)

Entorpecido demasiado,

Com teus lábios que pronunciam,

Palavras dos quais ouço hipnotizante,

Tendo minha voz, por completo, emudecido.

Passa avante e sem medo,

A frente dos meus sonhos mutáveis,

Somente para que eles não caem,

Na tentação de vir, porventura, a esquecer-te.

Por que, senão, terei que ir ao Templo de Delfos,

Com uma insaciável loucura insana dentro de mim,

Pedindo desesperadamente ao Oráculo que,

Disse-me o que fazer para manter-te aqui!

Quero, pois mergulhar no mar,

E ver-te caminhando sobre ele,

Vindo em minha direção com suavidade,

Enquanto nadava, sentindo a brisa,

A mesma a tocar o teu venerável rosto.

Deu-me neste instante,

Na escrita de meus olhos fixos,

Nos pormenores que tens dado em substância,

A lembrança, deleitosa, e expressiva,

Do herói Perseu, e da princesa Andrômeda.

Sois com tanta certeza,

A bela da magnífica Etiópia,

Que ao monstro Ceto fora em sacrifício oferecida,

Mas que bravamente, este o salvara do cruel destino,

Ao derrotar a fera que a devoraria, quando presa numa rocha,

Acorrentado estivera, para que pudesse ser consumida.

Diante desse feito, eis que sou eu,

O que resgatou-te para sempre,

Ou será que fora o contrário?.

O que de fato era até prudente, mas,

Em Argos, é que pude com efeito,

Encharcar-me de tua olência.

Poema n.3.123/ n.94 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 23/12/2024
Código do texto: T8225443
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