LEMBRANÇA CLANDESTINA
Quem sabe o lobo mal seja um cigano estradeiro
dando no pé quando a Chapeuzinho cobrou o pix
Como ser feliz
se o Ministro de uma Fazenda
invadida pelos desterrados do sonho,
prometeu o Ano das Revelações
mas as linhas das mãos esperam mercadores que aqueçam as vendas?
Quem sabe o velho de roupa vermelha
seja o último pagador de promessas
de um tempo sem promissórias
ou vitórias a dedilhar na guitarra?
Nunca mais a farra nem a barra
de um pileque ao sol nascer,
mas, pelo menos o Ano traga motivo
p'ra gente mais uma vez se ver
quando o verso ecoar nas sensações
de um dia o som virar lembrança clandestina
em depósito de museu