A Moça do Pedágio

No asfalto que corta a distância,

entre a carga e a solidão,

o caminhoneiro seguia,

com poeira no coração.

No pedágio, uma pausa breve,

entre o peso do dia e a pressa.

Foi então que viu a moça,

um sorriso que lhe atravessa.

Seus olhos claros como o céu,

brilhavam num breve instante.

E ele, rústico e calado,

sentiu-se um pouco galante.

“Boa viagem,” disse ela,

num tom que soava um canto.

E ele, sem jeito, respondeu,

com voz rouca de tanto pranto.

Pagou o pedágio e partiu,

mas no retrovisor, quis olhar.

E viu, com um aceno tímido,

a moça a lhe desejar.

Um tchauzinho que guardou,

mais que ouro ou estrada.

Era o calor de um momento,

que o destino não devolvia nada.

Seguiu viagem, pensativo,

com saudade do que não viveu.

A moça ficou no pedágio,

mas em seu peito nunca se perdeu.

Lucileide Flausino Barbosa
Enviado por Lucileide Flausino Barbosa em 19/12/2024
Código do texto: T8223048
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