PERDIÇÃO EM PINTURA ÍNTIMA

PINTURA ÍNTIMA

Quem de vós não teve um amor de perdição?

Por este sentimento os sonhos ganham forma.

Aquele arco-íris detido, perdido, se reforma.

Quimeras perdidas emergem, há renovação.

Sentimentos pulsam e explodem no coração.

As cores púrpuras saltam da velha aquarela

Para serem pintura íntima, perfeita é a tela.

Exposta no quarto que nas paredes refletem

Corpos em êxtase, cenas que não confundem.

A visão daqueles que entende de inquietudes

A paixão provoca tantos delírios e solicitudes

E eu não seria exceção, por isto sinto-me bela!

Sou deveras sentimental, jamais vos mentiria.

Trago no meu peito a euforia dos madrigais

Um coro de anjos, doce sonoridade dos pardais.

Cubro-me com um manto de rubras alegorias

Num quadro emoldurado, nuances de alegria.

Apaixono-me num só dia pelo mesmo homem

Poeta em festa que me leva a cama com voragem.

Que me importa se á todas dedica seus poemas

Sou eu toda a inspiração, a primeira, única estrela.

E em noite consternada exponho-me a aragem

Convidando-o para mais frenética libertinagem

Entre quatro paredes, secretas juras e sedução!

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 18/01/2008
Código do texto: T822275