Vermelho é o tempo
Céu tingido de vermelho escarlate,
Olhos se recordam:
Lábios marcados
Pelo sangue da paixão.
Há algo ali que se desfaz
No silêncio do coração.
A música do desejo
Instrumenta a alma,
Enquanto o corpo dança —
Canção feita emoção,
Nuvens se dissolvendo no ar.
Ah, vida, que saudade desses lábios,
Do doce prazer de lhe ter,
De pertencer.
Seja nua, seja coberta,
O corpo é memória.
O tempo, uma corda esticada,
E nele sua hora
Ainda mora.