Onça-pintada-negra

Na mata, na caatinga, o breu; ouro de bromélias

De feemeza masculina, o brilho invertido;

Ela que, fosca, negra, luz que pintada, teima

O rútilo desejo no corpo entorpecido.

Salto que rapina, assalto, golpe; boca de lua.

Ancora o sonho à carne, à unha. Sol nordestino,

Retesa o pelo, negro de lâmina, que, agora, ulha,

acampa a brasa, newtoniana, onça-égua, pelo de agulha.

Bicho felino, de macheza nua, nordestina

Que, preta, impiedosa, mais ideia que animal

come o azul, mastiga os versos, devora eu

que, branco, encrespado, viro bicho mau.

Boca em brasas, só beijos, funge a noite em labareda.

Quebra o óculos, amola a faca, despe-se toda em cana ou seda.

Onça-pintada-negra que rumino, sina do poeta, laços do meu destino;

—Enlaça-se em Pernambuco, um animal nordestino.

Eu sou uma nuance
Enviado por Eu sou uma nuance em 18/12/2024
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