As Estações de Ti
Vejo-te em cada estação do tempo,
Como se o mundo girasse ao redor de tua essência,
E cada fase trouxesse um fragmento
Do que és para mim: pura presença.
Na primavera, és o brotar da vida,
Teu sorriso é flor que colore os campos,
O aroma suave que invade a brisa,
O início de sonhos, o fim dos prantos.
És como pétalas que tocam o chão,
Leves, mas profundas em seu propósito,
Cada palavra tua é renovação,
Um jardim secreto de puro conforto.
No verão, és o calor abrasador,
O sol que brilha mesmo nas sombras,
Teu olhar queima como fogo de amor,
E ao mesmo tempo, em tua paz, me assombra.
És tempestade que chega sem aviso,
Mas também o mar calmo ao entardecer,
Teu toque é brisa, teu abraço é abrigo,
És a estação que me ensina a viver.
Quando o outono cobre o mundo de ouro,
Vejo-te na melancolia das folhas que caem,
És o vento que canta segredos no corro,
A beleza no fim das coisas que vão.
Teu silêncio é como o crepitar da madeira,
Quente, mas cheio de mistérios guardados,
És a calma que me encontra na beira
Dos meus próprios caminhos desconcertados.
No inverno, tu és neve que não fere,
Mas cobre o mundo com uma paz sem igual,
És o calor no frio que interfere,
A chama acesa no rigor glacial.
Teu olhar é a estrela em noites geladas,
Teu abraço, um cobertor de promessas,
E mesmo nas tempestades mais pesadas,
És a certeza que minha alma confessa.
És as estações, mas também o que há entre elas,
O ciclo eterno que nunca finda,
Tua existência é como a natureza,
Imprevisível, bela e tão bem-vinda.
És o tempo em sua forma mais pura,
A dança do universo em sintonia,
E mesmo quando a vida é insegura,
És meu refúgio, minha poesia.