Paixão e idealização

Nos labirintos da mente, um sonho a flutuar,

Luz de um olhar profundo, que incendeia o ar.

Cores vibrantes dançam, em noites enluaradas,

E a paixão faz morada, em almas apaixonadas.

Oh, ser que idealizo, na tela da ilusão,

Teço com fios de amor uma doce canção.

Nos gestos sutis, onde a esperança se embriaga,

Há um sussurro ardente que a razão estraga.

São promessas de eternidade, sussurros no vento,

Castelos de papel, construídos em momento.

E cada riso teu, numa sinfonia bela,

Torna a vida um poema, onde a mágoa é uma vela.

Mas a paixão é um mar que às vezes queremos navegar,

Tempestuosa e suave, um porto a nos abraçar.

Idealizamos o amor como flores em botão,

Mas o inesperado surge, e tudo ganha a razão.

Ah, como é doce a ilusão que nos faz sonhar,

Mas como é triste a realidade a nos despertar.

Entre o amor que se vive e o amor que se cria,

Dançamos na corda bamba da eterna ousadia.

Por isso, deixo fluir essa mistura sutil,

Entre o ardor da paixão e o teu olhar febril.

Pois na vida, talvez, seja o sonho o que vale,

E no ato de amar, cada instante é um caleidoscópio, um vale.