Os Covardes Não Amam
Os covardes não amam, não sabem se dar,
Pois o amor exige coragem sem fim,
É despir-se da alma, é se entregar,
É plantar no outro um jardim.
Amar é saltar sem ver onde cai,
É confiar no vento que guia a razão,
Quem teme a dor, jamais se distrai,
Prefere o vazio à paixão.
Covardes fogem do olhar sincero,
Do toque que arde, do peito que chama,
E se escondem no medo, em gesto severo,
Pois sabem que amar é quem mais se inflama.
Quem ama se expõe, chora e renasce,
Carrega o outro sem peso, sem queixa,
Os covardes, porém, no tempo se desfazem,
Por medo de amar, vivem vidas desfeitas.
Amar é ser forte, é aceitar o perigo,
É morrer um pouco para reviver,
Covardes não amam, vivem no abrigo
De um coração que não sabe bater.