NINGUÉM PÔDE TE VER
Ninguém pôde sequer te ver,
nem veio ao teu coração sentir,
não conseguirá te descrever,
se o fizer com certeza irá mentir.
Ninguém escutou tua fala mansa,
nem ofereceu-te o próprio peito,
onde tua cabeça descansa,
nem conseguiu aceitar o teu jeito.
Ninguém acariciou teu rosto,
nem afagou teu cabelo perfeito,
ninguém do teus beijos sentiu o gosto,
só eu consegui tal feito.
Ninguém viu teus olhos tão brilhantes,
nem sentiu o doce perfume teu,
eu senti teus pensamentos distantes,
fui capaz de perceber os erros que tu cometeu.
Nada por mim passou despercebido,
nem mesmo tuas mãos tão belas,
descobri teu pensamento concebido,
vi tuas lágrimas a luz daquelas velas.
Ouvi atentamente os teus reclames,
sem ao menos me importar,
nunca vou exigir que me ames
nem pedirei que venhas me suportar.
Eu adivinhei os teus segredos,
senti teu coração palpitante,
compreendi todos os teus medos,
aceitei cada momento teu que foi conflitante.
Nunca de ti eu pude duvidar,
porque jamais dissestes qualquer mentira
ao contrário aceitei que viesses me convidar,
pra me demonstrar aquilo que tu sentira.
Em todos os teus momentos de aflição,
sentia tua alma fazendo uma denúncia,
me ensinastes sábia lição:
que pra amar as vezes é necessária a renúncia.