Amor Naufragado

 

Quando se foste, o vento calou-se

No cais, levando consigo um silêncio

Profundo.  Nenhuma mensagem

Nenhum beijo, nenhum sinal

De quem, um dia, foi todo meu mundo.

Por que partiste, amor, sem despedida?

Que sombras guiaram teus passos no chão?

Deixaste, em meu peito, a dor da ferida

Que não mais pergunta, só grita em vão.

E agora, perdido, vejo o teu vulto

Nas curvas das águas, na luz da garrafa.

O tempo me ensinou que o amor é insulto

Quando sua ausência no peito naufraga.

 

 

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 16/12/2024
Código do texto: T8220391
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