Amor Naufragado
Quando se foste, o vento calou-se
No cais, levando consigo um silêncio
Profundo. Nenhuma mensagem
Nenhum beijo, nenhum sinal
De quem, um dia, foi todo meu mundo.
Por que partiste, amor, sem despedida?
Que sombras guiaram teus passos no chão?
Deixaste, em meu peito, a dor da ferida
Que não mais pergunta, só grita em vão.
E agora, perdido, vejo o teu vulto
Nas curvas das águas, na luz da garrafa.
O tempo me ensinou que o amor é insulto
Quando sua ausência no peito naufraga.