Às vezes, eu só queria

Às vezes, eu só queria

Que o tempo fosse mais brando,

Que o espaço entre nós fosse ponte,

E não essa estrada que parece tão longa.

Queria poder tocar tua presença,

Como quem toca um segredo guardado na alma.

Às vezes, eu só queria

Entender o que o silêncio me conta

Quando tua voz não está por perto.

Seria a saudade um eco do amor?

Ou um lembrete sutil de tudo o que falta

Para que eu me sinta inteiro?

Penso no peso das palavras que não digo,

No medo de não ser o bastante,

Na distância entre o que sou

E o que gostaria de te oferecer.

Será que, no fundo, me vês como vejo a mim mesmo?

Ou será que teu olhar enxerga algo maior

Do que eu consigo imaginar?

Às vezes, eu só queria

Que minha existência fosse simples para ti:

Uma certeza calma, um abraço sem urgência,

Um amor que não precisa provar nada,

Porque tudo nele já é genuíno.

Mas então percebo:

Mesmo com minhas incertezas,

Mesmo com minhas falhas,

Te amar é a única verdade que conheço.

E talvez, só talvez,

Isso seja tudo o que realmente importa.

Otacilio Figueiredo
Enviado por Otacilio Figueiredo em 13/12/2024
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