O Amor como Resistência
Amar é um ato de coragem
em tempos de muros e cercas.
Quando tudo nos empurra para o vazio,
o amor insiste em criar raízes
onde não tem solo firme.
É olhar nos olhos do outro
e ver não apenas reflexos,
mas abismos, histórias, cicatrizes.
É sustentar o peso do encontro
sem medo de se perder na entrega.
Amar é resistência contra o tempo,
que se dissolve ou que não é sólido.
É erguer uma ponte onde só havia distância,
reencontrar o humano no toque, no gesto.
Em um mundo que corre para não sentir,
amar é desacelerar,
escutar o silêncio entre palavras.
É relevante no outro a fragilidade,
e ainda assim permanece.
Amar é contracorrente,
um grito de vida em um mar de indiferença.
Não é utopia, mas prática diária,
o esforço de ser, apesar do caos.