Desencanto
O amor é como
Uma navalha que corta
sangrando a pele
fazendo o sangue escorrer
morno até perder a intensidade
pichando o caminho
por onde escorrega
Mas a memória denúncia
a força e o calor do quanto ardia
De rubro carmim
a caramelo descolorido
chocolate endurecido insosso
já misturado com soro
híbrido frangançado gasoso
Mas na lembrança
o desejo latejante
na emoção cicatrizada
Estático, enegrecido, irresoluto
fatídico, e finalizador
anesteziante, rígido, incolor
Mas no olhar distante
Éra lindo e arrebatador
Sem brilho e contraste
sem valor, sem movimento
sem calorias, sem vida...
Mas era temperado
agridoce revelador...