PROVÉRBIO DE DELÍRIO

Num mar revolto, é que eu me sinto,

Quando teu jeito de mulher infinita,

Faz com que a mente passe a te procurar e,

A enxergar que tudo mudou.

Qual a prerrogativa disso,

Se constantemente teu nome,

Tua face, e teu jeito, adentra-me,

Como um rio atravessa por baixo de uma ponte?

Se as flores a qual tenho avistado,

São-me por demais, jasmins com aromas,

Que embriaga-me de conexão,

Então, desperta as palavras que guardo.

Ah, que tormenta de lágrimas!

Fostes deixando em meu peito,

Quando resolvestes não questionar-me,

E de missivas e poemas, de si mesma,

Permitistes que as portas abrissem-se,

No impulso de meu corpo, mente e alma,

Eu viesse, de alguma forma, a contemplar-te?!

Se pudesse, ligaria para a tal inspiração,

Pedindo que ficasse longe, e não volta-se mais.

Contudo, insanamente, tens transpassado-me,

Com a sua magnificência em eternizar-se,

Na mais profunda camada de minha pele.

Quero, pois, acampar sob a luz do luar,

Tendo também como cenário provável,

O Palácio do poeta Cruz e Sousa,

Com o envólucro que irei te entregar.

Tomas-me sem acreditar,

Que o tempo até pode terminar,

Mas, tuas mãos carregam intensos detalhes,

E diante da maciez dos lábios teus em silêncio:

“O provérbio” de seres indiscutivelmente, “delírio”.

Poema n.3.118/ n.89 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 08/12/2024
Código do texto: T8214496
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