PROVÉRBIO DE DELÍRIO
Num mar revolto, é que eu me sinto,
Quando teu jeito de mulher infinita,
Faz com que a mente passe a te procurar e,
A enxergar que tudo mudou.
Qual a prerrogativa disso,
Se constantemente teu nome,
Tua face, e teu jeito, adentra-me,
Como um rio atravessa por baixo de uma ponte?
Se as flores a qual tenho avistado,
São-me por demais, jasmins com aromas,
Que embriaga-me de conexão,
Então, desperta as palavras que guardo.
Ah, que tormenta de lágrimas!
Fostes deixando em meu peito,
Quando resolvestes não questionar-me,
E de missivas e poemas, de si mesma,
Permitistes que as portas abrissem-se,
No impulso de meu corpo, mente e alma,
Eu viesse, de alguma forma, a contemplar-te?!
Se pudesse, ligaria para a tal inspiração,
Pedindo que ficasse longe, e não volta-se mais.
Contudo, insanamente, tens transpassado-me,
Com a sua magnificência em eternizar-se,
Na mais profunda camada de minha pele.
Quero, pois, acampar sob a luz do luar,
Tendo também como cenário provável,
O Palácio do poeta Cruz e Sousa,
Com o envólucro que irei te entregar.
Tomas-me sem acreditar,
Que o tempo até pode terminar,
Mas, tuas mãos carregam intensos detalhes,
E diante da maciez dos lábios teus em silêncio:
“O provérbio” de seres indiscutivelmente, “delírio”.
Poema n.3.118/ n.89 de 2024.