MEMÓRIAS
Dê-me sua mão, vamos sair por ai
sem compromisso algum, sem ter
horário para voltar, para verificar se
o que construímos juntos, persistem...
Veja, os amigos agora distantes,
ao que parece, estão surpresos com
a explosão de nosso caso, e o que tudo
indica, ajuízam nosso drama.
As manhãs, acostumadas com
nossas algazarras, já não se apresentam
com aquela alegria intensa, como aquelas
demoradas euforias...
As flores! Ah! as flores, sempre enfeitando
a vida com suas cores coloridas,
agora, exibem suas formas em um
tom descolorido.
As madrugadas, as nossas madrugadas,
tão envolventes, já não se ouve nem um
grito de prazer, simplesmente elas adormecem
e despertam no mais completo vazio...
Embevecidos, observemos o resultado de
nosso passeio. Destruímos a beleza que
nos rodeava, e o que nos abraça nesta hora,
é um estado que causa insurreição, por saber que o
nosso território foi abolido do mundo,
em total descrédito.