ALHEIO
O olhar medroso, tímido, meigo;
Esse olhar que estampa em teu rosto
É o mesmo daquele dia
Do primeiro em que te vi.
Caminhava alheio ao mundo
Não sabia que o amor me esperava na esquina
Se soubesse juro que não caminhava. Corria.
Vinhas igual a mim
Alheio a tudo, caminhávamos;
E naquela esquina encontramo-nos.
O véu do alheamento caiu,
Alguma coisa estancou nossos passos;
Tive ímpeto de beijar-te
Se não o fiz, foi por respeito;
O seu olhar era tão puro.
Sorri e fui ao teu encontro
Apresentamo-nos
A amizade brotou no teu coração
E o a mor no meu.
Hoje me chama de irmão
Eu no fundo pratico incesto;
Tenho medo de te magoar
Por isso escondo a paixão que abrasa meu peito.
Amor velado, dor latente.
Te amo escondido, não quero perder-te;
Continuarei sendo teu amigo confidente
E essas bobagens, tu nunca chegarás a ler