Ah, se eu pudesse

Ah, se eu pudesse, em um sopro, tocar-te a alma,

Como a brisa que embala os campos em calma.

Se pudesse moldar os dias com as mãos,

Para fazer do tempo eterno os nossos vãos.

Ah, se eu pudesse, roubar as estrelas do céu,

Guardá-las em teus olhos como um fiel.

Cada brilho, um suspiro do meu querer,

Cada cintilar, uma promessa de te ter.

Ah, se eu pudesse, ser o chão que pisa,

O abrigo onde repousa, a doce brisa.

Ser o riso que nasce sem razão,

O pulsar mais forte do teu coração.

Ah, se eu pudesse, desfazer as distâncias,

Trazer-te para perto, romper as ânsias.

Seria o verbo no poema mais profundo,

A melodia que ecoa além do mundo.

Ah, mas posso apenas amar-te assim,

Com a força do que é infinito em mim.

E esperar que, entre sonhos e amanheceres,

Sejas sempre meu, mesmo sem saberes.

O Figueiredo
Enviado por O Figueiredo em 06/12/2024
Código do texto: T8213632
Classificação de conteúdo: seguro