BEIRA MAR
Ela acordou lânguida
De uma noite de sono
E sonhos úmidos
Numa manhã de Sol nascente
No horizonte marinho
Avermelhando as águas salinas.
Caminhou de pés descalços
E os calçou nas areias da praia
Fazendo areias sandálias
Em intima comunhão
Despudorada paixão.
Sua lingerie esvoaçante
Pelo vento soprada
Envolvente desejante
De sentir as carnes macias nuas
E arrepiar os pelinhos da nuca.
Não um simples vento ventado
Sim uma aragem quente de agreste
Vento cabra da peste.
Ela se dá ao vento e ao mar
Sem receio sem se afrontar
Em profunda lascívia
Em paixão propicia
Como amantes fossem os três
Obsceno ménage à trois
Tendo o Sol por testemunha
Nas areias seu trottoir.