O Relógio e eu

Quando a manhã acorda

e o som da vida

se anuncia lá fora

Fico a desejar

que o sol demore

Quase imploro

ao relógio

que não mova

os ponteiros

pra ter você

mais um pouco

me impregnar

do teu cheiro

e te sentir em mim

o dia inteiro

E a manhã

de sol se veste

a cidade

toda desperta

te vejo partir em silêncio

a saudade...

No peito aperta

quase imploro

ao relógio

que mova

ligeiro os ponteiros

transforme as horas

em segundos

leve o sol

pr’outro lado

do mundo

Pra de novo

sentir teu cheiro

e reconquistar

minha lucidez...

Mas o relógio e eu

não nos entendemos

desejo

que ele pare

outra vez.

(Sirlei L. Passolongo)

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