A alma, em sua vastidão

 

A alma, em sua vastidão,

tece epigramas de murmúrios ininteligíveis,

refugiando-se na imensidão do sentimento

enquanto o mundo lá fora ecoa

rumores de guerras e condenações.

 

Às vezes, também me deixo levar,

incompreensível e dolorosamente,

pelo silêncio sombrio,

e as turvas profundezas da tristeza

de não poder viver os sonhos

em sua plenitude...

 

A música no rádio grita - lugubremente:

o amor machuca.

Mas logo sussurra o bálsamo:

"Eu te amo",

um convite ao encontro do amor agora.

 

Então, ergo a cauda do vestido,

sem temer o desconhecido,

e vou...

em busca das lâmpadas que iluminam

nossa janela do tempo profundo,

onde o amor resplandece

além das sombras do mundo.