Em meio às cinzas da madrugada

Por entre as linhas de uma escrita visceral

que tranca a garganta,

emerge o cheiro dos trigais do amor

e um lamento profundo pelo silêncio...

Sou folha que cai, levada pelos ventos.

Ecoa a fragilidade em mim.

É um grito silencioso,

uma busca por significado

e um desejo quase doloroso

de reencontrar luz, cor e calor.

E sigo a madrugada em minha jornada solitária,

numa caminhada por um mundo que ainda guarda,

em algum recanto escondido do breu da noite,

a possibilidade de redenção, de um novo amanhecer.

E a alma, profundamente humana,

mesmo em meio às cinzas da madrugada,

anseia por um lampejo de sol,

por um amor que a resgate do silêncio e da escuridão.