UM SORRISO, UM ABRAÇO

Quando vi, no seu sorriso,

A alegria transbordar,

Eu pensei: Muito preciso,

Desse riso salutar!

E fiquei imaginando

Histórias surpreendentes,

Quais não vi, dentre as memórias,

Das passadas ou recentes.

A morena, num sorriso,

De arrancar de mim suspiro,

Que neste átimo, então, friso:

"É o inefável que deliro!"

Ela, mais perto de mim,

Veio sim se aproximando,

No finito tão sem fim

De um tufão um tanto brando.

Então, perto estacionou

E eu senti sua fragrância,

Frenesi de terno show,

Que eu lembrei da minha infância:

"A menina dos meus olhos

Vagueando pelo espaço,

Encontrando, sem abrolhos,

A donzela, num pedaço...

Um pedaço de caminho,

Que meu rosto enrubesceu,

Antes - ele era um arminho,

No presente - floresceu...

E eu deixei passar direto

A donzela que sonhei

Sem saber que era dileto

E o seu doce e terno rei."

Então, abracei a diva;

A fragrância inesquecível...

Minh' alma saltando viva,

Naquele momento incrível.

Que ternura!... A pele lisa

Encostou-se junto a minha,

Camisa junto a camisa,

Chega brilhou a estrelinha.

Quanta graça! O rouxinol

Preparava um novo canto,

De tardinha, no arrebol...

Foi-se embora o triste pranto.

E eu sonhei naquele abraço

Ao sentir a sua essência,

Ter entorno em mim - regaço,

O da minha preferência!

Tempo curto, eu vos confesso,

Mas durou a eternidade

Ao levar-me pra o progresso

Da cândida caridade.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 28/11/2024
Código do texto: T8207608
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