UM SORRISO, UM ABRAÇO
Quando vi, no seu sorriso,
A alegria transbordar,
Eu pensei: Muito preciso,
Desse riso salutar!
E fiquei imaginando
Histórias surpreendentes,
Quais não vi, dentre as memórias,
Das passadas ou recentes.
A morena, num sorriso,
De arrancar de mim suspiro,
Que neste átimo, então, friso:
"É o inefável que deliro!"
Ela, mais perto de mim,
Veio sim se aproximando,
No finito tão sem fim
De um tufão um tanto brando.
Então, perto estacionou
E eu senti sua fragrância,
Frenesi de terno show,
Que eu lembrei da minha infância:
"A menina dos meus olhos
Vagueando pelo espaço,
Encontrando, sem abrolhos,
A donzela, num pedaço...
Um pedaço de caminho,
Que meu rosto enrubesceu,
Antes - ele era um arminho,
No presente - floresceu...
E eu deixei passar direto
A donzela que sonhei
Sem saber que era dileto
E o seu doce e terno rei."
Então, abracei a diva;
A fragrância inesquecível...
Minh' alma saltando viva,
Naquele momento incrível.
Que ternura!... A pele lisa
Encostou-se junto a minha,
Camisa junto a camisa,
Chega brilhou a estrelinha.
Quanta graça! O rouxinol
Preparava um novo canto,
De tardinha, no arrebol...
Foi-se embora o triste pranto.
E eu sonhei naquele abraço
Ao sentir a sua essência,
Ter entorno em mim - regaço,
O da minha preferência!
Tempo curto, eu vos confesso,
Mas durou a eternidade
Ao levar-me pra o progresso
Da cândida caridade.