Lamentações de Santiago
Ergue-se o vento com murmúrios de alma,
E digo alto mas sem que alguém me escute mas e só um coração que, aflito busca nos campos o que jamais encontra na calma.
Teus olhos tardios, como o céu de uma noite em trevas,
Refletem em mim tormentas e luzes.
É esse enigma que me tortura,
Brota entre flores, espinhos e cruzes
Uma natureza, em sua serena anarquia,
Toca o homem com lições imorais!
Pois quem ama não caminha na planície,
Mas escala montanhas, enfrentando seus próprios sofrimentos.
E ali, entre o cheiro da terra e do mato,
Eu vejo tua sombra, tão cruel,
Como o orvalho que beija a folha ao amanhecer,
Só para depois partir.