Carta aberta ao último amor
Ontem, você foi tudo!
A gruta perfeita.
A extrema beleza.
O final do arco-íris.
Que deixou sobressalente
Todas as minhas características viris.
Você foi tudo!
O absoluto desejo.
O ápice perfeito em libido.
Me fez não querer outro beijo,
Até que eu me perdesse
Em meu próprio abismo.
Hoje, você não é nada!
Uma página rasgada.
A resposta perfeita de vida.
Onde não há mensagens editadas,
Nem erosão na estrada
Da minha percorrida.
Você não é nada!
Nem um pingo, se quer!
Um mísera gota.
Pois não vim pra essa vida
Cumprir uma espécie de cota.
Agora,
Calejado e acostumado com dores,
Aos meus próximos amores
Um direto recado, sem escudo:
Caso cheguem do nada,
Por favor, se tornem tudo.