Perdão como arte
Se eu tivesse escrito,
todas as minhas mágoas,
nas paredes de um sanatório,
talvez meu choro,
soasse como poesia,
e nada pareceria tão feio,
como outrora o foi,
E se eu tivesse pintado,
em uma linda tela,
um girassol solitário,
quem sabe minhas desculpas,
fossem perdoadas em cantoria,
e não ironizadas,
pela piada de quem contou,
Mas e se eu tivesse bordado,
meus arrependimentos,
em uma grande tapeçaria,
talvez ela fosse arrematada,
por uma nova chance,
e recomeçaria, bem longe,
de onde tudo se quebrou.