CERÚLEO, O TEU OLHAR
Vento, sopro, brisa leve
Orvalho, sereno, a garoa!
Um faz dançar a rosa branca
Outro a faz chorar...
E quando dança, me lembra o corpo
A beleza, a graça, o lírio
Que sustido és - Ó mulher!
Que vezes chora, que vezes ri...
E do riso ou do choro
O desejo de provar do vinho
Nos beijos, nos lábios
Que hora dizem sim, hora dizem não!
E pela incerteza
Esqueço o postigo aberto
Contemplando a lua, até o sono...
Quiçá ilumine, luz da alba, azul tão belo
Que não era o céu infindo, mas fulgia como!
E nessa finitude, que para mim não tinha fim,
Que eu me entregue, me perca, me sacie
E ainda assim rogue
Da próxima alvorada
Mais do azul, que não era céu
Mais do Teu olhar!