CERÚLEO, O TEU OLHAR

Vento, sopro, brisa leve

Orvalho, sereno, a garoa!

Um faz dançar a rosa branca

Outro a faz chorar...

E quando dança, me lembra o corpo

A beleza, a graça, o lírio

Que sustido és - Ó mulher!

Que vezes chora, que vezes ri...

E do riso ou do choro

O desejo de provar do vinho

Nos beijos, nos lábios

Que hora dizem sim, hora dizem não!

E pela incerteza

Esqueço o postigo aberto

Contemplando a lua, até o sono...

Quiçá ilumine, luz da alba, azul tão belo

Que não era o céu infindo, mas fulgia como!

E nessa finitude, que para mim não tinha fim,

Que eu me entregue, me perca, me sacie

E ainda assim rogue

Da próxima alvorada

Mais do azul, que não era céu

Mais do Teu olhar!

André da Costa
Enviado por André da Costa em 24/11/2024
Reeditado em 25/11/2024
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