Recomeço e Fim

Amo você tão certo como flores na primavera,

Como lavras de um vulcão,

Que descem aquecendo a terra.

É amor de raridade percebida,

Daqueles que acontece,

Uma só vez em nossas vidas.

Delírio em mim,

Febre descontrolada,

Inevitável,

Como copo que transborda na última gota dágua.

É mais sonhador do que o bravo Dom Quixote,

De fazer desnortear,

Seguir pro sul,

Querendo ir pro norte.

De perder o juízo,

Como caminhar na chuva forte em dia de granizo.

É fogo que queima sem doer,

Gemido de amor que dá prazer.

Razão do meu olhar perdido nos fins das tardes,

E de caminhar sem destino,

Pelas ruas da cidade.

É visão tão esperada,

Como o pássaro do seu ninho,

Ou de um náufrago,

Que avista as velas de um navio.

Meu espaço sagrado,

De alegrias e de dor,

Onde nem mesmo os deuses,

Ousaram fazer amor.

É a minha mordida na maçã do paraíso,

Inspiração que me alimenta,

Nos dias que preciso.

Minha insônia das madrugadas,

Sorriso de Poeta,

Que escreve pra sua amada.

É minha fortaleza,

Meu castelo medieval,

E minha fraqueza,

Pés descalços no meu quintal.

Meu canto de sereia,

Que busco no horizonte do mar,

Nas noites de lua cheia.

É minha miragem de oásis no deserto,

Menino perdido,

Que encontra o caminho certo.

Minha odisséia no espaço,

Rastros de cometas,

Que me guiam pros seus braços.

É meu maior motivo pra sorrir,

Escrever,

Existir,

Recomeço,

E fim...