ENTRE O PRANTO E O AMOR

O tempo voou rasgando caminhos inesperados

Nas rotas do destino sob o céu de uma tarde.

Trazia uma lâmina para um coração desavisado

E a tristeza de um pesar sem grande alarde.

E entre as sombras da breve cumplicidade,

Foram-se sonhos que os ventos levaram

Deixando eternas pegadas de saudade,

Das passagens que nunca mais voltaram.

E o peito ferido contando minutos, dias,

Horas, entre momentos claros e escuros,

Gritou sua dor, sangrando em poesias

As cores da ausência de um amor tão puro.

Assim o tempo, cruel e ao mesmo tempo terno,

Tornou-se trajetória de um destino a se recompor.

E nas sendas da vida em seu ciclo eterno,

Impõe-me caminhos entre o pranto e o amor.