Ruas de Veneza
Pelas ruas de Veneza,
espero que algum dia eu te esqueça.
É difícil andar por aqui
e não lembrar de ti.
Depois de um ano,
voltar aqui sem você
é como pedir
pra sofrer.
Porque, meu Deus,
a cada esquina, eu encontro
memórias que fizemos,
relembro juras que dizemos.
Ainda há nossas iniciais
na maior árvore
da rua de Calle,
como promessa que não falei.
Você me prometeu que voltaríamos aqui,
juntos, independente de tudo o que o mundo diz.
Mas você desistiu da gente tão fácil,
tantas promessas, tão frágeis,
tantas histórias que ficamos a tecer,
em Veneza, com tanto a viver.
Ainda me pergunto,
por onde anda você?
Perdido nas ruas da saudade,
ou no silêncio de uma cidade?
Porque é impossível
atravessar a Ponte Rialto
e não me lembrar de você,
em cada passo que dei,
em cada rua que passei.
A cada esquina, te reencontro,
te perco, te choro e te busco.
Talvez tudo isso seja um eco,
talvez devesse acordar do devaneio,
enfrentar a realidade:
você não está mais aqui...