Azul que Teima em Não Ficar
Ele se foi, depois voltou, e eu? Fiquei,
fui levada, trazida de volta, sem saber por quem.
Nos passos de um caminho que nem sei onde começa,
ele deixa marcas na alma, uma ausência que pesa.
Sei que me ouve nas notas do CBJ,
nos versos que lembram nossa estrada sem fim,
e quando toca Detonautas, ele sente, se vê,
como se cada acorde dissesse que pensa em mim.
Sou azul na vida dele, sou a cor que não some,
sou vento, sou a brisa leve e o furacão que consome.
Ele vê em mim a natureza, o mar e a liberdade,
mas insiste em ignorar essa verdade.
Ele sabe que me ama, mas insiste em calar,
segura nos lábios o desejo de confessar.
E eu, perdida em idas e voltas sem fim,
fico na espera de que um dia ele deixe o amor vir.
Em cada despedida, sinto o peso da dança,
o vai e vem da incerteza, a dor da esperança.
Somos um poema interrompido, uma rima que falta,
uma melodia que ecoa, mas nunca se exalta.
Entre o querer e o poder, ele segue a distância,
mas sei que em silêncio ainda sou lembrança.
Sou azul, sou mar, o refrão que ele guarda,
mas enquanto ignora, sou a saudade que arde.