Nó na garganta

ela lembrou-se da terceira via

sempre preferiu fugir 

a realidade sempre a destruiu

destituída de si, observava sem captar

caminhava assim, paralelo à vida

.

No sonho, é possível acordar

-em seus devaneios, pensava-

recordar, sabendo-se irreal

contraditória, exigia a verdade

em verdade, odiava ouvi-la

preferia, acordada, viver à revelia de si

.

Vivia a tecer aos cantos

doce ao amor recíproco 

selvagem ao amor insano

em sua teia, engolia faminta, desejosa

entre vidas, alma cambaleante 

tece o tempo à deriva das horas

.

ela é assim

entre mundos

assim descobriu-se inteira

 

 

 

 

 

Ana Gomyde
Enviado por Ana Gomyde em 21/11/2024
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