Ventos Mornos

Tenho acendido lamparinas

que são jogadas na água

para o apagar

de sua trêmula e frágil chama.

Queria iluminar nosso chão,

tecer clarões de estrelas,

apagar o pó das sandálias,

caminhar trilhas

para longe das epígrafes tumulares,

das dores anestesiantes do passado...

E, se pudesse cozer colares de espuma

ao redor de nossos pescoços

e adornar nossos pulsos e calcanhares

com fitas de nuvens do céu,

teceria caminhos de ventos mornos

e teias de felicidade

entre minh'alma e a tua...