POEMAS DA ADORÁVEL MUSA MARY DORAN:
POEMAS DE MARY DORAN:
NARCISO
Às vezes entrelaçados descobrimos
Ouvimos um choro
Em silêncio
Sem pressa.
Tento uma concentração
Uma poesia completa
Uma conclusão.
Não foi impresso,
Continua na contra-mão.
Espelho, espelho meu
Tu és a mais bela
Magnífica de todas as
Minhas fontes.
Inspiração,
Em sonho ou pesadelo
Meu entrelaçar de pernas.
Um dia desses te vi
Na escuridão,
Numa fonte,
Respirava suavemente,
Nossas relações tremiam
(Como tremo agora).
Em sua linguagem
linhagem
E minha fantasia.
ABALO
Quer sufocar-me
No leito?
No fascínio doloroso
Sadossuspirante,
Mazoprazeroso?
Quer ter-me tua e nua?
Se disser sim, te beijo,
Te mordo,
Te sufoco, ...
Contentando nossos desejos
O prazer ...
Pelo prazer ...
¡ Suspiro ! ...
ERA
Na sombra do mau-humor
Assusto-me com a vida
Um caso de descaso
Ou
O meu descaso
Na sombra do quarto
Não evito lágrimas
Na sombra do mundo
Assusto-me com o descaso
Ou
Com o meu descaso.
A vida passa
De lado
De fundo
De vez.
PRAZER
Envolvi-me em etapas.
Etapas de silêncio.
O meu silêncio.
E a sua glória.
Meu corpo agora necessita
Do seu silêncio
E das suas mãos
Ele precisa, pretende
Quer mais que nunca
Saciar o desejo
Desejo despertado pela
sua glória, pelas suas mãos.
Profundamente, desesperadamente
Meus seios, suas mãos
- o paraíso.
PRIMAVERA SOMBRIA
Friamente fumo e sorrio
Dos gritos alardes
E pedidos de socorro infames.
Foi impecável aquele ângulo
Abrindo-se e transformando-se
Em maior e maior
- Quase para devorar-me!
Claramente éramos um
Conjunto num grande gemido
Promíscuo e sincero.
Ao fim da minha performance
Não consegui suportar o estrago
De tantos e estranhos ais
Friamente fumei e sorri.
.
©MARY DORAN 1993-2024.
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