O Náufrago

Pelas noites vazias que dançam num passo doído,

Onde os sonhos se perdem em ecos de um beijo esquecido,

Teu olhar foi um farol que cegou minha alma cansada,

E agora sou naufrágio nas ondas da dor desvairada.

 

Por que o amor insiste em nascer no terreno da mágoa,

Regado de esperanças, mas colhendo espinhos e água?

Te busquei como quem busca o azul num deserto perdido,

E encontrei em teus braços o gosto de um céu interdito.

 

Como é amarga a calma que fica após a tempestade,

O silêncio que esconde o abismo de toda verdade.

E mesmo assim, te amo no escuro da minha prisão,

Pois amar é morrer, reviver e viver num só coração.

 

Se pudesse, roubava do tempo as horas vividas,

Reescrevia os momentos com penas de dores contidas.

Mas o que resta é só poesia que sangra em segredo,

O amor que é eterno na alma, e morre em um beijo.

 

Ferrachi Abdtzen
Enviado por Ferrachi Abdtzen em 19/11/2024
Código do texto: T8200240
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.