MEMÓRIAS DO MEU SENTIR

São tantas fases

Que vivas, persistem em minha memória,

Marcas profundas, cravadas no tempo.

Lembro de cada uma, como se tocasse

A chama que ainda arde em meu peito,

Sustentando imagens, gravadas na carne,

Como se queimasse, e no ardor,

Gerassem novas lembranças,

Em sua fecundação.

O tempo, esse espaço vasto e incerto,

Se curva diante dessas memórias,

Pois, mesmo distantes, continuam próximas,

Vivem no agora, como se ontem fosse,

E tudo se renova, se atropela,

Sem distinguir o passado do presente.

Essas fases, fragmentos de uma história viva,

Sustentam-se em minha alma,

E, embora o tempo avance,

Elas se perpetuam, imortais,

Como cicatrizes que nunca se apagam.

Na memória, aquela partida, ferida,

Desgastada por detalhes tão pequenos,

Percebidos quando é tarde demais.

E se vão...

Assim como o tempo que passa,

O amor que vivi é fruto dos meus olhos,

Que projetam o meu sentir,

Imagens que só eu consigo ver.

Rosane Britto