Olhos de cigana

Como vou falar dos olhos daquela mulher?

Daqueles olhos profundamente marcantes,

Que me olham não no rosto,

mas na alma;

Daqueles olhos de mel,

pintados por Van Gogh, esculpidos por Michelangelo,

Jóias do céu;

Daqueles olhos atentos, intensos e grandes,

Que em teu rosto celeste,

Brilham feito estrelas

Gigantes;

Daqueles olhos de Cleópatra,

e eu Marco Antônio

a ser hipnotizado por teu olhar.

Daqueles olhos felinos,

Olhos de onça

a caçar.

Como hei de poder dizer,

Bela cigana,

O que penso, o que sinto,

Ao olhar nos olhos teus,

Se não me encontro nunca são

Quando tento descrever,

Em vão,

Com a cabeça,

Esses olhos teus,

Que os sinto,

Não na cabeça,

Mas no coração meu

A palpitar

Toda vez que lanças em mim

Teu amor

Com teu olhar?

Sou letrado,

mas me faltam palavras

Quando me olhas e me tornas

O mais inexpressivo dos homens;

Sou poeta, mas não há verso

Nem estrofe,

Nem nada que comporte

Tamanha beleza,

tamanho esplendor,

Que são teus olhos

Carregados de fervor.

8 de novembro de 2024, Natal/RN

Carlus Augustus
Enviado por Carlus Augustus em 17/11/2024
Reeditado em 17/11/2024
Código do texto: T8198754
Classificação de conteúdo: seguro