Secreto amor


Ontem, por fim
Quebrei os lacres
Expus à luz
As tuas profanas imagens
À luz da razão
À luz do medo.
Dormiam tão plácidos
Em papiráceos sepulcros
Os nossos segredos
Mais ocultos,
Os meus desejos
Mais incultos.
E lá ainda jazias
Tão nua, tão minha, tão bela
Tão lânguida e linda
A embriagar-me de prazer mundano
Em seu tépido e suculento corpo.
Mas eras só uma sombra
Uma fantasmagórica figura
De um etéreo passado.
Fitei a tua imagem
Pela última vez
E eternizei em ígneas chamas
Nosso secreto amor.
Edmar Claudio
Enviado por Edmar Claudio em 16/01/2008
Reeditado em 26/01/2008
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